Archive for the 'Para tradutores' Category

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Quem dá as cartas sobre o que a gente quer e pode com nossa Língua?

Quem, no Brasil, seria o legislador máximo sobre a nossa, inculta e bela, última flor do Lácio, ou quem deveria dar as cartas sobre o atual estágio de nossa modalidade de Latim em pó? A discussão volta à tona no país.

Em meados de maio, a Academia Brasileira de Letras-ABL, sem indicar exatamente a quais livros estaria se referindo, através de nota oficial ensejadora de polêmica que perdura na imprensa e demais meios de comunicação, emitiu alarme relativamente a obras didáticas, postas em ampla circulação pelo Ministério da Educação-MEC, que seriam detratoras do ‘padrão’ desejável para o ensino da língua.  A nota oficial da Academia foi divulgada em seu site dias após. Eis o seu conteúdo:

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=11763&sid=727

O estopim da polêmica foi Por uma vida melhor, obra editada pela Global. Trata-se de livro escrito por vasta equipe pedagógica multidisciplinar, concebido para um programa de Educação de Jovens e Adultos-EJA. O programa tem como foco um público que não obteve acesso à escola durante os tenros anos da infância. A obra integra a coleção “Viver, Aprender” da mencionada editora. Sua concepção vem a ser uma das iniciativas promovidas pela ONG Ação Educativa em prol da educação como meio de inclusão social.  Com o intuito de distribuí-lo gratuitamente aos estudantes do EJA nas escolas públicas, o livro foi adquirido com fundos do Programa Nacional do Livro Didático-PNLD, um dos pilares de ação do governo federal dentro da estrutura do Ministério da Educação.

Capa do livro adotado pelo Ministério da Educação e desaprovado pela Academia de Letras

A polêmica foi instaurada a partir do conteúdo de seu primeiro capítulo, intitulado “Escrever é diferente de falar”.

A partir do alarme acionado pela Academia de Letras, alguns viram nas afirmações e exemplos oferecidos nesse capítulo uma incitação a atentados contra o idioma. Os postulados linguísticos e as ilustrações de usos se baseariam em uma visão que preconizaria a expressão de um  –  como diz Roberto Carlos, na canção Detalhes, valorizando seus erros – “português ruim”.

“…Eu sei que um outro
Deve estar falando
Ao seu ouvido
Palavras de amor
Como eu falei
Mas eu duvido!
Duvido que ele tenha
Tanto amor
E até os erros
Do meu português ruim
E nessa hora você vai
Lembrar de mim…”

Discussão que sempre volta à baila, é por demais instigante conhecer a presente a fundo, para tentarmos, quem sabe desta vez, aguçar a consciência sobre preconceito linguístico, variantes linguísticas, padrão culto, dentre outros tópicos que importam a todos que nos dedicamos à língua portuguesa. Acompanhe no portal do Ministério da Educação, a partir de seleção que justificaria a decisão governamental da adoção de tal obra para o EJA, um status da polêmica por ordem das repercussões mais recentes. Dela já participaram, além do professor Ataliba de Castilho (que está também no vídeo, abaixo), outros nomes que lançam luz sobre o tema, como Dante Lucchesi, Sírio Possenti, José Miguel Wisnik e Carlos Alberto Faraco:

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16649

Outro espaço que vem fazendo excelente acompanhamento da questão, e tomando partido pela visão defendida no livro, é o blog de Luisandro Mendes:

http://luisandromendes.wordpress.com/tag/mec/

E, por fim…

...
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas

Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda

Adoro nomes

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?


A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
– Será que ele está no Pão de Açúcar?
– Tá craude brô
– Você e tu
– Lhe amo
– Qué queu te faço, nego?
– Bote ligeiro!
– Ma’de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!
– Ó Tavinho, põe a camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
– I like to spend some time in Mozambique
– Arigatô, arigatô!
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem

[Caetano Veloso, canção ‘ Língua’, dos álbuns Velô, de 1984, e Noites do Norte ao Vivo, de 2001]

 

Debate em Lisboa sobre as línguas portuguesa e espanhola diante da economia

Académicos, gestores, agentes culturais e jornalistas vão debater em 19 de maio, na sede do Instituto Camões, em Lisboa, as ligações entre línguas e economia, num fórum promovido conjuntamente pelo Instituto Camões (IC), Instituto Cervantes, de Espanha, e Casa da América Latina,  com o apoio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da Secretaria-geral Ibero-Americana e da União Latina.

O fórum, que ocorrerá entre as 9:30 e as 18:00, será encerrado por Ana Paula Laborinho, Presidente do Instituto Camões, e por Carmen Pérez-Fragero, Secretária-geral do Instituto Cervantes, que falarão da promoção conjunta das línguas portuguesa e espanhola.

A Presidente do IC e o Diretor do Instituto Cervantes de Lisboa, José María Martín Valenzuela, farão as intervenções de abertura do seminário, tal como o Secretário-geral da Casa da América Latina, Alberto Laplaine Guimarães.

De acordo com os organizadores, o fórum tem «o objetivo de lançar o debate sobre o valor da língua portuguesa e da língua espanhola, considerando as suas estratégias de internacionalização e de cooperação no sentido da afirmação do espaço ibero-americano e demais territórios das duas línguas no mundo». «As dimensões em análise serão o investimento e o comércio externo, as indústrias da língua, da cultura e da comunicação», acrescentam.

No seminário, os participantes poderão ouvir responsáveis pelas equipas que, em Portugal e Espanha, fizeram estudos sobre o valor económico do português e do espanhol.

Luís Reto, reitor do ISCTE-IUL, dirigiu a equipa de investigadores do seu instituto que apresentou em 2008 o estudo relativo a Portugal, encomendado pelo IC em 2007, e que revelou representar a língua portuguesa 17% do PIB nacional.

Do lado espanhol estará presente o economista José Luís Garcia Delgado, catedrático da Universidade Complutense, que juntamente com os professores José Antonio Alonso e Juan Carlos Jiménez publicou um estudo sobre a importância económica do espanhol, na sequência de investigações realizadas desde 2005.

A primeira sessão do seminário, sobre ‘línguas, comércio externo e investimento estrangeiro’ terá como moderador Adriano Moreira e compreenderá dois painéis, o 1º sobre perspetivas institucionais, com representantes do ICEX espanhol e da AICEP portuguesa, e o 2º sobre perspetivas empresariais, com representantes da GALP, Repsol, Santander e BES.

À tarde, depois da sessão sobre o ‘valor económico das línguas portuguesa e espanhola’, que terá moderação de Maria de Lurdes Rodrigues, Presidente da FLAD, seguir-se-á a sessão relativa a ‘línguas, cultura e comunicação’, moderada pelo deputado José Ribeiro e Castro, Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas da Assembleia da República.

O 1º painel desta sessão, sobre ‘economia da cultura’, contará com a participação de José Pedro Ribeiro, Diretor do ICA (Portugal) e Benito Burgos, assessor técnico do Diretor do ICAA, Instituto de Cinematografia de Espanha. O 2º painel, sobre ‘informação e cultura’, terá como oradores Manuel Lucena Giraldo, do CSIC (Consejo Superior de Investigaciones Científicas, a maior instituição pública espanhola dedicada à investigação) e membro do Conselho do ABC Cultural, e José Carlos Vasconcelos, Diretor do Jornal de Letras.

Durante os trabalhos estará patente ao público, uma exposição bibliográfica de obras sobre a língua portuguesa e língua espanhola.

Programa Completo

Tudo vale a pena quando a alma não se apequena

Encontra-se disponibilizado no Portcom, Portal de Livre Acesso à Produção das Ciências de Comunicação, um estudo, da autoria de Luíza Beatriz Amorim Melo Alvim, mestre em Letras pela Universidade Federal Fluminense, do Rio de Janeiro, publicado originalmente no Anuário Internacional de Comunicação Lusófona 2006, e intitulado “Reafirmação da identidade e da cultura portuguesas em Manoel de Oliveira e José Saramago”.

O estudo desenvolve uma análise de dois filmes de Manoel de Oliveira, “Um filme falado” (2003) e “O Quinto Império – Ontem como Hoje” (2004), e ainda do livro “A jangada de pedra”, de Saramago, buscando, no entrecruzamento dessas obras, os rastros dos anseios de grandeza de Luís de Camões e Fernando Pessoa em relação ao idioma e ao Estado portugueses.

No resumo de seu texto, a autora começa chamando a atenção para o estatuto ainda “minoritário” do idioma no mundo, a despeito de ser uma das 10 línguas mais faladas na atualidade. Para sumular sua exposição, segue desfiando:

Porém o atual Estado português não se equipara ao seu passado de império ultramar. Revendo essa situação, o cineasta Manoel de Oliveira  e o escritor José Saramago costumam tematizar em suas obras a dificuldade de lidar com o esse estatuto minoritário e buscam defender a dignidade portuguesa. Dois temas estão marcadamente presentes nas suas obras: a valorização da identidade e da língua portuguesa e a viagem como forma de sua reafirmação, seja refazendo caminhos de antigos exploradores portugueses dos séculos XV e XVI ou revisitando momentos importantes da história de Portugal.

Encontra-se disponibilizado no Portcom, Portal de Livre Acesso à Produção das Ciências de Comunicação, um estudo, da autoria de Luíza Beatriz Amorim Melo Alvim, mestre em Letras pela Universidade Federal Fluminense, do Rio de Janeiro, publicado originalmente no Anuário Internacional de Comunicação Lusófona 2006, e intitulado “Reafirmação da identidade e da cultura portuguesas em Manoel de Oliveira e José Saramago”.

O estudo desenvolve uma análise de dois filmes de Manoel de Oliveira, “Um filme falado” (2003) e “O Quinto Império – Ontem como Hoje” (2004), e ainda do livro “A jangada de pedra”, de Saramago, buscando, no entrecruzamento dessas obras, os rastros dos anseios de grandeza de Luís de Camões e Fernando Pessoa em relação ao idioma e ao Estado portugueses.

No resumo de seu texto, a autora começa chamando a atenção para o estatuto ainda “minoritário” do idioma no mundo, a despeito de ser uma das 10 línguas mais faladas na atualidade. Para sumular sua exposição, segue desfiando:

Porém o atual Estado português não se equipara ao seu passado de império ultramar. Revendo essa situação, o cineasta Manoel de Oliveirae o escritor José Saramago costumam tematizar em suas obras a dificuldade de lidar com o esse estatuto minoritário e buscam defender a dignidade portuguesa. Dois temas estão marcadamente presentes nas suas obras: a valorização da identidade e da língua portuguesa e a viagem como forma de sua reafirmação, seja refazendo caminhos de antigos exploradores portugueses dos séculos XV e XVI ou revisitando momentos importantes da história de Portugal.

O texto pode ser obtido neste link:

http://revcom2.portcom.intercom.org.br/index.php/anuariolusofono/article/viewFile/1215/960

Algumas Diferenças entre o espanhol e o português

O espanhol e o português são línguas indo-europeias derivadas do latim que se desenvolveram na Península Ibérica durante aproximadamente o mesmo período. Embora as duas línguas estejam intimamente relacionadas pela origem e região de seu desenvolvimento, entre elas existem diferenças importantes que podem criar problemas para falantes de uma ao tentar aprender a outra.

Apesar do fato de seus léxicos conterem bastantes elementos similares, os idiomas diferem significativamente na pronúncia e na semântica ou uso das palavras. Foneticamente, o português é mais próximo ao francês ou ao catalão, enquanto que a pronúncia do espanhol está muito mais perto do italiano. O português inclui um inventário fonêmico maior do que o espanhol, o que explica ser o primeiro geralmente mais difícil de entender para os falantes do outro do que vice-versa, apesar da grande quantidade de semelhança léxica entre ambos os idiomas. Justamente nesse aspecto do léxico, conjugado com a semântica, reside uma das principais barreiras entre as duas línguas, que são os falsos cognatos ou cognados, os “falsos amigos”.  Alguns parágrafos mais abaixo, forneceremos uma ilustração a respeito desses amigos não ‘muy’ amigos.

Para revelar que a estruturação fonêmica do espanhol apresenta menos variedade que o português, basta saber que neste existe muito mais sons vocálicos. Enquanto no primeiro as vogais não apresentam qualquer alteração, ou seja, permanecem fixas na sua pronunciação, no outro há enorme gama de alterações admitidas, por conta da sua pronúncia aberta ou fechada, e nasalizada ou não nasalizada, assim enriquecidas de nuances no Brasil pela importante mescla com línguas africanas.

As diferenças linguísticas entre o espanhol e o português se revelam ainda mais marcantes na língua escrita do que na língua oral, por causa das diferenças nas convenções ortográficas. Contudo, as duas línguas compartilham muito vocabulário que se escreve exatamente ou quase igual (mas pode pronunciar-se em muitos casos de modo um tanto diferente, como nos casos de alteração do lugar da sílaba tônica, e nos casos do som próprio que certas consoantes e encontros consonantais têm em cada idioma).

As diferenças em matéria de vocabulário entre ambas as línguas evoluíram por causa de vários motivos:

  • Enquanto o espanhol reteve a maior parte do seu vocabulário moçárabe, ou seja, de origem moura, a influência do substrato moçárabe no léxico do português foi menor. Ao longo do tempo e em muitos casos, palavras de origem árabe foram substituídas no português pelas correspondentes formadas de suas raízes no latim.
  • Durante o desenvolvimento dessas línguas na Idade Média e Renascimento, o espanhol manteve-se mais autônomo, enquanto que o português foi mais influenciado por outras línguas europeias, a exemplo do francês.
  • O espanhol e o português incorporaram diferentes influências das línguas ameríndias, africanas e asiáticas.

O espanhol e o português compartilham vários cognatos ou cognados, palavras cujos significados podem ser mais amplos em uma língua do que em outra. Por exemplo, o espanhol diferencia entre o adjetivo mucho e o advérbio muy. O português usa a forma muito para essas duas categorias gramaticais. Dentro desse universo dos cognatos, há uma série de termos, chamados de “falsos amigos”, que representam uma das principais barreiras a serem transpostas pelos falantes de um idioma quando passam a aprender o outro.

Como ilustração desses “falsos amigos”, ou seja, palavras de ambas as línguas que “traiçoeiramente” se escrevem de maneira igual ou quase semelhante, mas possuem significados ou usos bem distintos, vejam-se alguns casos:

Português Espanhol
Abono: garantia gratificação. Abono: assinatura, mensalidade; adubo.
Aceite: aceitação, endosso. Aceite: óleo, azeite; óleo lubrificante.
Acordar: despertar. Acordar: lembrar(-se); decidir, combinar.
Acreditar: crer Acreditar: comprovar; creditar.
Ano: ano Ano: ânus.
Apelido: alcunha (Brasil) Apellido: sobrenome.
Balcão: mostrador, barra divisória. Balcón: sacada.
Barata: inseto pestilento. Barata: coisa de pouco valor financeiro.
Borrar: manchar. Borrar: apagar.
Borracha: goma de apagar. Borracha: bêbada.
Botequim: bar. Botiquín: estojo de primeiros socorros.
Carpete: tapete. Carpeta: pasta.
Cena: cena. Cena: jantar.
Cola: substância para unir por contato. Cola: rabo, cauda; fila.
Embaraçada: confundida, atordoada. Embarazada: grávida
Emborrachar: engomar. Emborrachar(se): embriagar(-se).
Engraçado: gracioso, divertido. Engrasado: lubrificado, engordurado.
Esquisito: raro, estranho. Exquisito: excelente, delicioso.
Faro: olfato. Faro: farol.
Fechar: cerrar. Fechar: datar.
Ganância: ambição. Ganancia: ganho, lucro.
Graxa: betume.
Graça: favor; benefício; perdão; estado abençoado; nome da pessõa.
Grasa: gordura.
Oi: Olá. Hoy: hoje.
Jugo: submissão ao poderio e violência de um, vários ou muitos. Jugo: suco.
Largo: amplo. Largo: comprido, longo.
Latido: Comunicação dos cães. Latido: batida do coração.
Ligar: chamar por telefone; unir coisas. Ligar: paquerar.
Logro: fraude, trapaça. Logro: sucesso, êxito.
Mala: valise. Mala: má.
Ninho: Abrigo ou casa de pássaros e aves. Niño: criança, menino.
Oficina: Estabelecimento especializado em consertos. Oficina: escritório.
Osso: matéria dura do esqueleto dos vertebrados. Oso: urso.
Polvo: denominação comum a diversos moluscos. Polvo: pó, poeira.
Prender: deter; sujeitar. Prender: acender.
Rascunho: esboço. Rasguño: arranhão.
Rato: camundongo. Rato: momento, curto espaço de tempo.
Reto: sem curva ou que segue em linha reta, não torto; ânus. Reto: desafio.
Risco: perigo. Risco: penhasco.
Saco: Bolsa ou outro invólucro feito de papel, plástico, tecido etc. para guardar coisas. Saco: paletó.
Salada: Prato de verduras ou legumes. Salada: salgada.
Solo: chão; superfície. Solo: só, sozinho.
Taça: Copo provido de pé, especial para champanhe, vinho. Tasa: taxa.
Tirar: retirar; despir, descalçar. Tirar: jogar fora; chutar; atirar; esticar; esbanjar; abrir (uma porta)
Todavia: no entanto; mas, porém, contudo. Todavia: ainda.


Algumas diferenças gramaticais.

Em termos gerais, as gramáticas do português e do espanhol não variam consideravelmente. Entretanto, existem diferenças relevantes quanto ao uso de artigos, possessivos e outros pronomes, de preposições e de alguns tempos verbais.

O espanhol não admite artigo definido diante de seus ‘possessivos átonos’, ao contrário do que se passa com seus pronomes correspondentes em português.

Português Espanhol
Esta é a minha casa. Esta es mi casa.
Não quis me emprestar o seu carro. No quiso prestarme su coche.
Ele/Ela não quis me emprestar o carro dele/dela. Él/Ella no quiso prestarme su coche.

 

Diferentemente do espanhol, o português admite emprego dos possessivos para se referir às partes do corpo, a acessórios e à roupa.

Português Espanhol
A minha cabeça está doendo. Me duele la cabeza.
João, põe/ponha o seu agasalho. Juan, ponte el abrigo.


Colocação pronominal

Enquanto no espanhol as regras são fixas e idênticas tanto na língua escrita como na falada, em português a colocação pronominal pode variar.

Em português, na língua oral há a tendência de omitir os pronomes em função de seus complementos.

Português Espanhol
– Não sei onde coloquei as chaves.- Então procure (procure-as). Mas não procure (as procure) agora porque temos que ir embora. – No sé dónde he puesto las llaves- Pues búscalas. Pero no las busques ahora que nos tenemos que ir.

O português admite pronomes entre o verbo flexionado e o gerúndio e o infinitivo, fato que não se dá no espanhol (neste, somente antes do verbo flexionado, ou agregado ao final das formas do gerúndio e infinitivo).

Português Espanhol
A Rosa ligou. Disse que está teesperando na lanchonete.Tenho que te contar uma novidade. Ha llamado Rosa, dice que te está esperando / dice que está esperándoteen la cafetería.Tengo que contarte/Te tengo que contar una novedad.

 

Preposições

Em português existem muitas contrações de preposições e artigos. Algumas delas:

da = de + a

no = em + o

numa = em + uma

pelo = per + o

dessa = de + essa

naquela = em + aquela

nisto = em + isto

neste = em + este

deste = de + este

Em espanhol somente são admissíveis em dois casos:

al = a + el

del = de + el

Em outros posts, para os quais – oportunamente – indicaremos os links diretos para o seu conteúdo aqui, abordaremos mais aspectos distintivos ou contrastivos entre os dois idiomas, por demais úteis para evitar equívocos frequentes quando o falante natural de um passa aprender o outro.

*Todos os exemplos acima foram selecionados, com algumas adaptações, de Gramática Contrastiva Del Espanhol Para Brasileños, escrita por Concha Moreno e Gretel Eres Fernández, editado pela Sociedad General Española de Librería, em 2007

Português poderá ser língua oficial das Nações Unidas

O linguista João Malaca Casteleiro disse hoje à Agência Lusa em Macau acreditar que o português se possa tornar na sétima língua oficial das Nações Unidas nos próximos cinco anos, considerando “inevitável” uma reforma daquela organização.

“Portugal está a atravessar uma situação económica difícil e, portanto, o investimento que faz na promoção da língua portuguesa no estrangeiro é enorme”, disse João Malaca Casteleiro, da Academia de Ciências de Lisboa, à margem do 15.º Colóquio da Lusofonia em Macau.

Ao observar que o Brasil “tem uma capacidade maior” para projetar o português a nível internacional, o linguista que participou na redação do novo Acordo Ortográfico considera que hoje a preocupação é “harmonizar as duas intervenções”.

“Neste momento, espera-se que, com a grande projeção do Brasil no plano internacional e uma possível entrada no conselho permanente das Nações Unidas, a língua portuguesa se acrescente às seis línguas oficiais daquela organização, o que poderá acontecer nos próximos três, quatro, cinco anos”, disse.

Malaca Casteleiro admite essa possibilidade ao considerar ser “inevitável uma reforma das Nações Unidas” e ao realçar que existe uma maior “cooperação entre povos e países, como os Estados Unidos, Rússia e a China, que esbateram muitos atritos, o que favorece essa reforma”.

O português é a terceira língua europeia mais falada no mundo, depois do inglês e do espanhol, por 240 milhões de pessoas nos quatro continentes.

Conheça o programa “Cuidado com a Língua!”

O Centro Virtual Camões disponibiliza, em colaboração com a RTP, episódios seleccionados do programa “Cuidado com a Língua!”.

A vertente didáctica e ao mesmo tempo informativa e lúdica, divertida e com algum humor deste programa, é contextualizada com uma descrição dos conteúdos de cada episódio, o que facilita a sua utilização para auto-aprendizagem.

Cada episódio tem seis/sete temas («LÍNGUA VIVA», «CURIOSIDADES LINGUÍSTICAS», «CONFUSÕES LINGUÍSTICAS», «PORTUGUÊS MALTRATADO», «COMO DIZ», «PALAVRAS COM HISTÓRIA», «PALAVRAS MUTANTES», e «EM PORTUGUÊS NOS (DES)ENTENDEMOS»), mas com a flexibilidade de se tratar um só assunto.

Apresentado pelo actor Diogo Infante, que faz a apresentação/ligação de cada programa, com textos em off ou complementares (diálogos, etc.) lidos pela jornalista Maria Flor Pedroso, o programa combina cenas ficcionadas, com imagens de actualidade e outras (arquivo, filmes, etc.), o grafismo, a animação, os diagramas, o vídeo e efeitos sonoros apropriados, misturados com imagens de depoimentos de especialistas ou em inquéritos de rua. A montagem acentua a vivacidade de uma língua tão variada como a nossa.

“Cuidado com a língua” tem a autoria de José Mário Costa, com a participação da professora Maria Regina Rocha e do jornalista João Lopes Marques, que escreveu os guiões de cada um dos 13 programas, produzidos e realizados integralmente pela produtora “Até ao Fim do Mundo”. Encontra mais episódios deste programa no Centro Multimédia da RTP em sistema Podcast.

Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt/aprender-portugues/a-falar/cuidado-com-a-lingua.html

Um dos programas “Cuidado com a língua!”, episódio sobre o galego.

O Centro Virtual Camões disponibiliza, em colaboração com a RTP, episódios seleccionados do programa “Cuidado com a Língua!”.

A vertente didáctica e ao mesmo tempo informativa e lúdica, divertida e com algum humor deste programa, é contextualizada com uma descrição dos conteúdos de cada episódio, o que facilita a sua utilização para auto-aprendizagem.

Cada episódio tem seis/sete temas («LÍNGUA VIVA», «CURIOSIDADES LINGUÍSTICAS», «CONFUSÕES LINGUÍSTICAS», «PORTUGUÊS MALTRATADO», «COMO DIZ», «PALAVRAS COM HISTÓRIA», «PALAVRAS MUTANTES», e «EM PORTUGUÊS NOS (DES)ENTENDEMOS»), mas com a flexibilidade de se tratar um só assunto.

Apresentado pelo actor Diogo Infante, que faz a apresentação/ligação de cada programa, com textos em off ou complementares (diálogos, etc.) lidos pela jornalista Maria Flor Pedroso, o programa combina cenas ficcionadas, com imagens de actualidade e outras (arquivo, filmes, etc.), o grafismo, a animação, os diagramas, o vídeo e efeitos sonoros apropriados, misturados com imagens de depoimentos de especialistas ou em inquéritos de rua. A montagem acentua a vivacidade de uma língua tão variada como a nossa.

“Cuidado com a língua” tem a autoria de José Mário Costa, com a participação da professora Maria Regina Rocha e do jornalista João Lopes Marques, que escreveu os guiões de cada um dos 13 programas, produzidos e realizados integralmente pela produtora “Até ao Fim do Mundo”. Encontra mais episódios deste programa no Centro Multimédia da RTP em sistema Podcast.

O Centro Virtual Camões disponibiliza, em colaboração com a RTP, episódios seleccionados do programa “Cuidado com a Língua!”.A vertente didáctica e ao mesmo tempo informativa e lúdica, divertida e com algum humor deste programa, é contextualizada com uma descrição dos conteúdos de cada episódio, o que facilita a sua utilização para auto-aprendizagem.

Cada episódio tem seis/sete temas («LÍNGUA VIVA», «CURIOSIDADES LINGUÍSTICAS», «CONFUSÕES LINGUÍSTICAS», «PORTUGUÊS MALTRATADO», «COMO DIZ», «PALAVRAS COM HISTÓRIA», «PALAVRAS MUTANTES», e «EM PORTUGUÊS NOS (DES)ENTENDEMOS»), mas com a flexibilidade de se tratar um só assunto.

Apresentado pelo actor Diogo Infante, que faz a apresentação/ligação de cada programa, com textos em off ou complementares (diálogos, etc.) lidos pela jornalista Maria Flor Pedroso, o programa combina cenas ficcionadas, com imagens de actualidade e outras (arquivo, filmes, etc.), o grafismo, a animação, os diagramas, o vídeo e efeitos sonoros apropriados, misturados com imagens de depoimentos de especialistas ou em inquéritos de rua. A montagem acentua a vivacidade de uma língua tão variada como a nossa.

“Cuidado com a língua” tem a autoria de José Mário Costa, com a participação da professora Maria Regina Rocha e do jornalista João Lopes Marques, que escreveu os guiões de cada um dos 13 programas, produzidos e realizados integralmente pela produtora “Até ao Fim do Mundo”. Encontra mais episódios deste programa no Centro Multimédia da RTP em sistema Podcast.

Uma política para o uso e ensino do idioma português

No portal do Museu da Língua Portuguesa, há uma importante coletânea de textos que podem interessar aos que amam o idioma e querem usá-lo com maior discernimento. Como exemplo, queiram conhecer Uma política linguística para o português, de Ataliba T. Castilho.

Na apresentação do texto, diz-se que “política costuma ser um tema ligado a partidos, deputados e ministros; no entanto, a linguística possui sua própria política, bem diferente daquela conhecida em Brasília” (referência feita à Capital do Brasil).

Na sua exposição, o autor se propõe a fazer uma definição do que seja ‘política linguística’. A proposta de definição inicia-se com as seguintes perguntas:

  • O que é política linguística?
  • Qual é a dimensão internacional da Língua Portuguesa?
  • Como tem sido a documentação e o estudo da Língua Portuguesa no Brasil, em Portugal e na África?
  • Que ações governamentais são tomadas com respeito à língua portuguesa?
  • Que tem feito o Estado brasileiro com respeito ao ensino da Língua Portuguesa?
  • Como são tratadas as minorias linguísticas?
  • Quais são as relações entre o português e o espanhol na América Latina?

Depois de esboçar suas primeiras respostas, Ataliba T. Castilho aprofunda uma série de questões sobre:

  • A língua oficial do Estado e sua gestão
  • Gestão das comunidades bilíngues e plurilíngues
  • Gestão das minorias linguísticas
  • O Estado e o ensino da Língua Portuguesa como língua materna
  • A atuação das universidades nas questões do ensino do Português
  • O Estado e o ensino das línguas estrangeiras

Seu texto, arguto e bem informado, pretende ser um convite ao debate, conquanto nele defenda de forma vigorosa seus pontos de vista como no seguinte seguimento (adaptado à nova ortografia):

Cinco países africanos escolheram o português como sua língua oficial, depois das guerras  de independência: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e  Príncipe. Mais recentemente, Timor Leste somou-se a esse grupo, como a mais nova nação  democrática do mundo. Nova e heroica, pois resistiu à Indonésia e à Austrália ao adotar o Português como sua língua oficial.

Organismos internacionais adiante mencionados têm debatido algumas políticas comuns que poderiam ser estabelecidas para os países de língua oficial portuguesa, respeitadas as diferenças regionais.

Relativamente à identificação do padrão linguístico, simplificando bastante as coisas, pode-se reconhecer que passamos no Brasil por duas fases.

Até a primeira metade do século passado, moções aprovadas em congressos apontaram uma variedade regional, o falar carioca, como o padrão do Português Brasileiro. Essa variedade passou a ser utilizada na preparação de livros didáticos por professores do Rio de Janeiro, impressos por editoras localizadas em sua maioria na mesma cidade. Não deu certo, pois a ideia não contava com fundamento empírico. Nunca se comprovou que as classes cultas brasileiras falavam como seus homólogos cariocas, nem que passassem a falar como tal. Aprendeu-se que em matéria de política linguística uma legislação mesmo que informal não molda a realidade.

Com o desenvolvimento da pesquisa linguística, surgiram a partir dos anos 70 projetos coletivos de descrição da variedade brasileira do Português. Ao descrever a realidade dos usos linguísticos cuidadosamente documentados, confirmou-se a hipótese de Nelson Rossi sobre o policentrismo do padrão linguístico, nucleado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul: Rossi (1968). Surgiram aí padrões marcados por escolhas fonéticas e léxicas que se não complicam a intercomunicação, pelo menos não escondem os diferentes modos de falar dos brasileiros cultos, objeto de consideração nas escolas.

Impossível, em suma, escolher uma variedade regional e considerá-la o padrão do Português Brasileiro. Impossível, também, comprovar que esse padrão esteja documentado na língua literária. Há um padrão da língua falada, que corresponde aos usos linguísticos das pessoas cultas. Há um padrão da língua escrita, que corresponde aos usos linguísticos dos jornais e revistas de grande circulação, os únicos textos que garantidamente estão ao  alcance da população. Ambos os padrões apresentam as variações linguísticas comuns às sociedades complexas.

Já a língua literária é outra coisa, pois assenta num projeto estético que impulsiona os autores a, justamente, distanciar-se da escrita do dia-a-dia, buscando um veio próprio, singular, diferenciado, não-padrão. Sempre achei um desrespeito tratar os grandes escritores como meros fornecedores de regras de bom Português para uso das escolas. Como diríamos coloquialmente, os escritores “estão em outra”, para sorte de seus leitores.

De todo modo, a atitude brasileira tem sido mais equilibrada do que a de nossos vizinhos hispano-americanos, em matéria de seleção do chamado “uso bom”. Lembre-se que em 1870 a Real Academia de la Lengua Española propôs às suas antigas colônias da América a organização de academias correspondentes, para centralizar a “legislação linguística”, vale dizer, o direito de legitimar o “bom espanhol”. É embaraçoso constatar que, com maior ou menor velocidade, os países hispano-americanos aderiram a essa proposta: a Colômbia em 1871, o Equador em 1874, o México em 1875, a Venezuela em 1884, o Chile em 1886, o Peru em 1887, a Guatemala em 1888 e a Argentina em 1931: Calvet (2001). Verdade, também, que novas tendências iluminam hoje os linguistas hispano-americanos, cuja agenda ultrapassou felizmente os propósitos então unificadores da RAE.

Após oferecer suas conclusões, o estudioso elenca alguns tópicos para que os aprofundemos, seja a partir de sua ótica, seja buscando outras óticas, seja considerando cada tema crucial de acordo com a nossa ótica caso já a tenhamos alcançado:

  • O que é padrão linguístico, ou norma culta
  • Quem determina qual é a melhor forma de escrever e falar em português?
  • É verdade que em determinadas regiões se fala português melhor que em outras?”
  • O que é uma minoria linguística?
  • Há minorias linguísticas no Brasil?
  • Que rumos o ensino do português tem tomado no que diz respeito à alfabetização, leitura, redação e gramática?

O texto está disponível para download e ser lido na íntegra nesta página:

http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/colunas_interna.php?id_coluna=17

Nova ortografia intenta unificar escrita e promover o português globalmente

Desde 1990 foi assinado um acordo para unificar a escrita do português, em qualquer de suas vertentes, europeia, sul-americana, africana e asiática. No entanto, dois protocolos modificativos sobrevieram, alterando a sua entrada em vigência, e relativizando a abrangência de sua aplicação no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa-CPLP, formada por oito Estados-Membros.

Em 1998, havia previsão de que as novas regras valeriam somente após a ratificação do acordo e seu depósito legal, sem prazo assinalado, por parte de todos os Estados integrantes da comunidade, sem exceção. A falta de prazo inibiu os acontecimentos. A partir de 2004, ganhou, enfim, condições de efetividade ou de implementação, porque passou a prescindir de aplicação unânime, desde que adotado por três dentre os países membros da comunidade. Quatro anos depois disso, Portugal se somou ao Brasil, Cabo Verde, e São Tomé e Príncipe, que foram os primeiros a aderir ao segundo protocolo modificativo.

Nos quatro países, do momento em diante em que se deu a ratificação definitiva do acordo, haverá um tempo de moratória para a sua aplicação obrigatória: nesse entretempo será admissível a coexistência da nova e da anterior ortografias.  É o tempo de que necessitarão, por exemplo, as escolas, para adaptar seus sistemas de ensino às novas regras, começar e, por fim, incrementar a aprendizagem em completa escala. É o tempo de que precisarão todos os usuários para se acostumar às modificações mais difíceis, ou de que se valerão jornais e a indústria editorial em geral para adequar e uniformizar paulatinamente suas publicações.

Em Portugal, foi definida uma moratória de seis anos, a contar de 2009. Seu Ministério da Educação já anunciou que a partir do ano letivo 2011/2012 a aprendizagem da escrita e da leitura se dará unicamente pela nova ortografia, mas apenas após o sexto ano da moratória o conteúdo do acordo se tornará obrigatório. No Brasil, a contar do ano passado as alterações na ortografia começaram a conviver com a anterior – e as modificações serão obrigatórias antes de Portugal, em 1º. de janeiro de 2013.

Mesmo que a unificação da escrita não se dê no conjunto dos países da CPLP, a iniciativa inegavelmente facilitará o intercâmbio entre os cidadãos dos países signatários do acordo, e representará um grande passo para intensificar a promoção do idioma no mundo.

De todo modo, o acordo, que já atravessa duas décadas – desde quando foi primeiramente proposto – e só agora encontra condições de entrar em vigência nos quatro citados países, necessariamente passará em algum momento por ajustes.

A crítica ou preocupação mais “política”, segundo conotação trazida pelo Ministério da Cultura de Portugal, traduz-se na falta, a despeito de se falar em “acordo ortográfico”, de justamente um vocabulário ortográfico comum entre os países signatários, ou um vocabulário publicado em conjunto, a par, naturalmente, dos vocabulários de uso mais localizado.

José Mario Costa, diretor do portal Ciberdúvidas (da Língua Portuguesa), localizado em Portugal, afirmou no ano passado em matéria do jornal brasileiro Folha de São Paulo, que o Brasil precipitou-se. Não criou, por exemplo, estruturas comuns com os portugueses para resolver uma série de casos abertos ou omissos, ou seja, para lidar com casos imprevistos ou não resolvidos pelo atual acordo ortográfico.

Na mesma matéria, o linguista João Malaca Casteleiro, responsável pela discussão do acordo pelo lado de Portugal, afirmara que o ideal teria sido a implementação simultânea das reformas ortográficas, e lastimava que isso não se dera no âmbito da CPLP porque esta elegera como central a política de disseminação e valorização comum da língua. Como se pode promover a língua sem resolver problemas de divergências ortográficas que mesmo ante o acordo ficam pendentes?

De fato, há vários “desacordos” ortográficos cuja resolução não pode ser instrumentalizada ou inferida do conjunto de regras do acordo ratificado entre os quatro países até este momento subscritores.

Antes de se defrontar com essas dúvidas não sanadas, matéria-prima para a discussão de numerosos linguistas nos próximos anos, convém aclarar que no geral as modificações às regras anteriormente estabelecidas vêm sendo adotadas sem sobressaltos.

Pela internet, alguns sites se prestam a auxiliar na adoção da nova grafia. No Brasil, em umportuguês.com aprende-se escrevendo. Vale a pena começar pelo texto de exemplo lá disponibilizado após um clique. O site também distribui, em seções próprias, tema por tema, os destaques do acordo ortográfico. Além disso, relaciona as dúvidas mais difíceis, ou seja, sobre as quais até agora não se chegou a qualquer “acordo”, oferecendo importante informação. Pelo site, ainda é tornado acessível o inteiro teor das atuais reformas ortográficas.

http://umportugues.com/

Se quiser conhecer um rápido e bem efetuado resumo das novas regras, descarregue o arquivo pdf do dicionário brasileiro Aulete, clicando aqui: (http://aulete.uol.com.br/acordo/regras_simplificadas.pdf)

Esse dicionário brasileiro, editado pela Lexicon, pode ser consultada grátis e online, desde um pequeno aplicativo que pode ser instalado no computador através do menu de download, já vem sendo adaptado à nova grafia:

http://www.auletedigital.com.br/

Outro excelente dicionário para ser consultado online, e no qual coexistem as opções de busca pelas duas ortografias, a nova e a anterior, é o Priberam, de Portugal:

http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx

Também em Portugal, o portal aeiou.visão ajuda a se situar ante as novas regras, exibindo um guia prático:

http://aeiou.visao.pt/guia-pratico-para-perceber-o-acordo-ortografico=f543282

Ainda em Portugal, onde o acordo, como se deduz mais acima, suscitou resistências, críticas e preocupações (que não encontraram veemência correspondente no Brasil), o portal sapo criou páginas especiais para a discussão e o aprofundamento sobre a nova ortografia, a exemplo desta:

http://orto.no.sapo.pt/c00.htm

Igualmente no país europeu, através do seu portal da Língua Portuguesa, conheça o projeto e faça buscas no seu Vocabulário Ortográfico em conformidade com as novas regras:

http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=vop

No Brasil, faça o mesmo com o Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras:

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23

 

No Brasil, agora todo ano é ano de Olimpíada de Português

Eis um concurso pelo qual se fomenta a criatividade e o exercício da escrita, escolhendo-se as melhores performances escolares na expressão do idioma em gêneros como poesia, memórias literárias e crônicas. Uma de suas principais finalidades é contribuir para que as escolas e seus professores revejam ou renovem seus métodos, dinamizando a aprendizagem e o desenvolvimento da escrita de seus alunos.

Desde 2002 até 2006 em edições bienais, e depois disso anualmente, é realizada a Olimpíada da Língua Portuguesa.  A princípio, surgiu como iniciativa da Fundação Itaú Social.  A partir de 2008, tornou-se política pública governamental, apoiada com a estrutura do Ministério da Educação. No momento, valorizando a sua origem, é promovida conjuntamente por essa fundação e por esse ministério, constituindo-se numa parceria exemplar entre setor público e uma instituição privada.

Soltando o verbo e atingindo a meta, os atletas (alunos e seus professores) ganham prêmios. Os vencedores principais, que alcançarem as melhores colocações, além de receberem um computador cada, obtêm como láurea para a sua escola a doação de uma dezena de computadores,  uma impressora e uma coleção substancial de livros para a biblioteca.

Quer saber como e quando acontece, como veio sendo ao longo dos anos? Quer assegurar uma vaga no pódio e ainda não sabe como participar? Visite os links a seguir:

http://ww2.itau.com.br/itausocial/olimpiadas2010/web/site/


http://olimpiadadelinguaportuguesa.mec.gov.br/olimpiada

Um museu vivo e interativo para a língua portuguesa

‘Menas’ foi uma exposição multimídia dentre as mais destacadas
realizadas pelo Museu da Língua Portuguesa.

Em parte da Estação da Luz, prédio que é um marco arquitetônico e emblemático do tempo em que os trens imperavam como principal meio de transporte no país, está instalado o Museu da Língua Portuguesa, justamente na cidade que concentra a maior aglomeração de falantes do idioma no mundo, em São Paulo, no Brasil –  por volta de 11 milhões.

 

algumas tomadas da Estação da Luz

Criação recente, surgido em 2006, passou a irradiar novas luzes sobre o conceito de museu, mediante o uso de tecnologias de ponta, de recursos interativos e de mídias variadas, que além de valorizarem o legado da língua escrita, primam por festejar a oralidade do idioma, com exposições multimídias aliando a palavra ou o verbo ao universo das artes visuais e audiovisuais.

O museu destina-se a revelar a língua como elemento fundador da cultura, mostrando suas origens, história e influências, a aproximar os usuários da língua enquanto “proprietários” do idioma e seu agente modificador, e a valorizar a diversidade da cultura brasileira. O museu promove também o intercâmbio entre os países que empregam o português, realiza cursos, palestras e seminários sobre o uso do idioma e estudos em linguística, parte deles dedicado a temas que transcendem fronteiras.

Em sua página na web, a par de conhecer como se pode visitá-lo e aproveitá-lo, elegendo exposições temporárias dentro de sua programação, há um ótimo noticiário sobre o que acontece na instituição, e sobre fatos e personalidades marcantes do universo da língua.

Na seção Textos, há uma importante coletânea de estudos que tratam desde análise do discurso, linguística textual, problemática do ensino da língua como idioma materno e não-materno, discussão das técnicas redacionais de correlação entre orações por coordenação e subordinação, investigação sobre como nascem e morrem as línguas e sobre famílias linguísticas, a origem de nossa língua, sua estrutura, comparação entre o português da América e o de Portugal com outras línguas, reflexões sobre como estudar e aprender o idioma, a validade dos conceitos de certo e errado no emprego do idioma, o valor da variação linguística, até a tentativa de explicitar o que significaria uma política linguística para o português. Assinando os textos desfilam nomes de estudiosos gabaritados, a exemplo de Ataliba T. de Castilho, Mary A. Kato, Rosa Virgínia Mattos e Silva e Rodolfo Ilari.

 

Saiba mais sobre como foi Menas, uma da mais instigantes exposições do Museu da Língua Portuguesa, a partir de um vídeo da revista Nova Escola pelo YouTube:

Encontre mais links dentre os melhores sobre o idioma no site da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

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